sábado, 25 de setembro de 2010

Contradições do Tea Party americano


Não há contradições se você não desistir da leitura.


Voltamos ao Movimento do TeaParty americano, desde que iniciado o grassroot preparatório até a escalada ao Capitólio em Washington, agora para esclarecer melhor sobre os resultados aparentemente desastrosos como foi apresentado no artigo, em Português, de Lucas Mendes na BBC, jornalista e escritor brasileiro há muitos anos radicado nos Estados Unidos.

Desde o seus primeiros passos pelo grassroot, o Movimento do Teaparty que já ficou aqui bem explicadinho, seu objetivo era, não apenas protestar contra os altos impostos que incidiriam sobre o projeto do Health Care, promessa de campanha do presidente Obama, embora, originalmente este não fosse um projeto dele. Obama acolheu o projeto na falta de uma agenda de governo. Do outro lado o Partido Republicano sem maioria no Senado nada podia fazer para brecar Obama, e, com um agravante da existância do RINOS que vêm a ser aqueles representantes republicanos tidos como *em cima do muro* por se dizerem moderados e que para garantir os votos dos hispânicos estavam se bandeando.

O que mais pretendia o Movimento do Tea Party ? Pretendia pressionar os Republicanos para votarem contra uma série de outras propostas do governo de Obama, como por exemplo, o pacote de estimulos aos bancos, o desarmamento e o aborto. Esses dois exemplos só para ilustrar. Veja outras exigências no site do Movimento Tea Party. O Tea Party mostrava ao Partido Republicano que a vontade dos cidadãos está acima da vontade partidária. Eles estavam dizendo que: se o Partido Republicano não saisse de cima do muro eles , então,  formariam seu próprio partido.

Por conta de barrar os projetos de Obama, o objetivo é eleger o maior número possível de Senadores conservadores para que, na renovação do Congresso todos, conservadores e independentes possam barrar as pretensões do Governo do Presidente Obama, consideradas algumas inconstitucionais e outras que poderiam ser votadas pelo Senado e atentar contra a Constituição americana. O que é considerado insconstitucional para o povo americano? Tudo que não constar da constituição é inconstitucional.

Nada entenderemos sobre o assunto sem que tenhamos em mente a importância da Constituição americana para aquele povo que se pode dizer portador do título de cidadania. O que moveu os americanos pelo caminho da rebelião do Tea Party foi o espírito Constitucional que na visão deles estava sendo ameaçado por Obama. Obama estaria seguindo apenas as leis e não o espírito constitucional. Complicadissimo para a quase totalidade do povo brasileiro. O texto do jornalista Lucas Mendes demonstra isto claramente da mesma maneira não poderá enxergar a maioria do povo brasileiro.

Lucas Mendes preferiu o caminho quase prosaico em sua análise. Uma pena que ele tenha analisado desta forma e se expondo de uma maneira que sua reputação não deveria merecer. Com sua experiência de vida, residindo nos EEUU, ele poderia ter traduzido para nós brasileiros como se trata o espírito de orgulho de uma nação quando este orgulho existe e tem motivos para existir.

Lucas Mendes não disse que um, apenas um cidadão americano, o primeiro a fazer o protesto enfrentou o frio, enfrentou a sensação de desamparo em situação adversa:

Dale Robertson lembra que momento muito importante ...


"Saí de casa no Texas em 04 de fevereiro de 2009 e dirigi toda a noite em direção a Washington DC, sem parar, fui contra a vontade de minha família, amigos e desejos da mulher.


Eu dormi apenas uma hora naquela noite e telefonava para minha esposa enquanto eu atravessava cada Estado. Na noite seguinte, em 5 de fevereiro de 2009, eu já havia chegado a Washington, e fique na Pennsylvania Avenue protestando, sozinho e com frio."

Dale Robertson venceu ao chamar atenção da mídia conservadora e dando o único exemplo que precisava para tirar o povo americano da inércia diante da ameaça das políticas socializantes de Barack Obama. Daí para a rebelião foi um dedinho de homens que não dependem de fazer negócios com o Estado e que, por isso, são desassombrados.
 
De nada importa que agora alguém se preocupe com as contradições em torno da  indicação de Christine O'Donnel pelos simples fato de que em nada, nenhuma decisão tomada em um Estado afetará nenhum outro pelos simples fato de que existe a independência dos Estados. Cada estado decide como quer seus habitantes de acordo com suas leis locais. Entenda melhor sobre a solução aqui no link: É o federalismo, estúpido !

Um comentário:

Gelmir Gutier Reche disse...

Por pensar como este americano que a princípio, protestou sozinho, é que as vezes me atiro de cabeça em coisas que todos acham que é perda de tempo. Pode até ser, mas eu faço a minha parte e tento mobilizar outros. Se estes não fazem.... é como a história do judeu. "um dia levaram meu vizinho e eu não fiz nada....."