terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O povo e as representações no Twitter




DominioFeminino tem reiteradas vezes tratado do assunto via tweets. Tal como todos reclamam da falta de retorno dos tweets enviados para os políticos, nós também não fazemos bom uso dos canais das cont@s das instituições públicas, tanto às ligadas ao Executivo bem como as contas do Estado propriamente dito, nos seus Três Poderes.

É flagrante o receio que em geral, a grande parte da população do Twitter, tem em se comunicar com as instituições. Já lemos mesmo um tweet onde alguém dizia que depois *eles vêm atrás* .  Claramente as pessoas temem o Centurião da guarda Federal, principalmente, em se tratando do quarto Poder do PT e suas nada difíceis retaliações.

Quanto mais adquirirmos o hábito de nos dirigirmos às autoridades institucionais e em maior número de pessoas, menores serão as chances das retaliações acontecerem e maiores serão as chances de o povo ser ouvido. No lugar de vagar  carregando seus tweets de reclamações e dúvidas, que todos os dirijam à quem de competência pelo tema.

Um dos mais recentes e acalorados temas, foi o tema dos passaportes diplomáticos, ilegalmente distribuídos aos filhos adultos e netos do ex-presidente Lula. As manifestações foram contundentes, muito antes de a OAB se pronunciar. Mesmo no auge da revolta das pessoas no Twitter, a OAB mantinha seu silêncio.

DominioFeminino adquiriu rapidamente a noção de que ao invés de, simplesmente, floodar as timelines dos seus followers melhor seria encaminhar seus protestos para o o lugar certo, não importando se iriam ser ouvidos ou não. A esperança era que, água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.

A hora em que percebemos que a torrente de água sobre a pedra funcionava foi quando insistíamos com a @Agencia_Senado para instituir uma conta relativa ao 0800 Alô Senado. Surpreendentemente recebemos a comunicação de que a conta já estava sendo discutida e que passaria a funcionar.

O mesmo comportamento têm os políticos, com raríssimas exceções, mas cujo desempenho ainda não satisfaz. Uns falam sozinhos, discursam para uma plateia atoleimada, outros se desconectam do que o "cidadão" deseja dizer, enfim, escorregam como quiabo. Na maioria das vezes - repetindo as ressalvas a uns poucos - senadores e deputados fazem ouvidos moucos, enquanto os ouvidos dos outros se tornam verdadeiros urinóis.

Tal como diz o texto - que tanto DominioFeminino já tuitou em fartas oportunidades - do Nino Carvalho.

"Muitos órgãos públicos e muitos políticos têm usado as redes sociais para comunicação com seus diferentes públicos. Minha avaliação é que grande parte ainda usa mal o potencial do meio online, principalmente no que se refere a persistir em utilizar as ferramentas sociais como canal de mão única, se preocupando mais em falar do que ouvir ou conversar."
A falta de cobrança da população do Twitter é, em grande parte, responsável pelo pouco caso que as @ institucionais não dão retorno na comunicação. Cabe-nos, pois, trabalhar em cascatas sobre as *pedras duras*.

Na outra ponta, indicamos para leitura a muito boa análise encontrada no site linkado e sugerimos fortemente que seja lido   Ministros e Ministérios no Twitter  ( Nino Carvalho @ninocarvalho )

domingo, 23 de janeiro de 2011

Hora da Vazante





Hora do refluxo das águas e da solidariedade tão propagada. Hora de fazer inventários como registramos na Aba de Clippings do nosso Blog. Verdadeira utilidade pública a coluna do Merval Pereira que aqui reproduzimos.

Durante o período mais crítico das enchentes, legiões de esfusiantes tuiteiros pediam donativos para ajudar as vítimas. Boa parte daquela maioria sequer deve ter se coçado além dos tuites inflamados. Chegamos à conclusão de que, no Twitter, fazia melhor pelas populações vitimadas aqueles que tuitavam sua raiva pela inépcia e descaso do Estado.

Fez melhor, os blogueiros que registraram sua indignação com análises e denúncias. Fez melhor aqueles que atuaram nas duas frentes: doando e registrando. O registro é importante do ponto de vista político, para seguirmos pressionando os órgãos públicos oficiais e os políticos que lá estão, como o Prefeito de Teresópolis, Sr. Jorge Mario Sedlacek cujo endereço no Twitter é @jorgemario13  encontrado graças às diligências do Cacique @ajuricabat

Aquele Prefeito, do PT, como outros tentaram, de forma criminosa, impedir a ação da Caritas e da Cruz Vermelha bem como de algumas ONGs por fazerem-lhe sombra. O Cacique @ajuricabat registrou em seu Blog Tribo dos Manaós ( Leiam por favor, clicando AQUI ) É a este tipo de vaidade que o Merval se refere.

Mas, os prefeitos locais providenciam os melhores proveitos para a próxima campanha eleitoral. Se não, vejamos este vídeo (SBT) , que foi tuitado pelo Blog ByMel,  onde há exigência de Título de Eleitor para que a população tenha acesso a benefícios. Ora, para que a exigência do Título se nas eleições passadas ele foi dispensado para a votação? O Título facilita a montagem de um mapa para posterior visitação aos eleitores agraciados com os benefícios do Prefeito.

Inúmeros registro de indigação ficaram gravados. No Blog Veneno Veludo , no Blog Apanágio dos Néscios e outros do Grupo Blogs dos Rebelados.

Recolham suas dores, que a hora é de pandeiro e trio-elétrico ! Outro Janeiro, só ano em 2012, com a ajuda do Cabral e do PT.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A REFORMA TRIBUTÁRIA IMPERIAL




Jorge E. M. Geisel
Advogado

*28/02/2008*


Quando o Governador do Estado do Rio de Janeiro levantou, nos idos de abril de 2007, a necessidade prática e pertinente à forma federativa de Estado, de emendar-se a Constituição de maneira a permitir que cada Estado-membro da federação fosse suficientemente autônomo para legislar suas próprias normas penais, o apelo vindo do segundo maior PIB estadual brasileiro morreu no apito centralizador de Brasília, julgando o gol de placa do Governador Cabral Filho como chutado sob impedimento.

Agora, quase um ano depois, o Executivo da República foge da triste e notória repercussão dos cartões de crédito corporativos mal administrados, adentrando, num malabarismo maroto, no cipoal desidratado de uma reforma tributária, promovendo incêndios federativos e partidários digno de um Nero. Novamente, Cabral Filho, um parceiro e tanto do atual Governo Federal, vem chamar a atenção de todos nós para a interpretação autoritária, rígida e burra da propalada “guerra fiscal”, denunciada como ré por aqueles que preferem passar por cima das liberdades de gestão de nossos Estados e, quem sabe, depois sobre os nossos próprios direitos de escolha política.

O Governador do Rio de Janeiro, sem dúvida, está se mostrando acima das particularidades partidárias, num gesto de grandeza política e de perfeito entendimento sobre a forma federativa de Estado. Não tem sido comum, um Governador vir a público, de peito aberto, defender a redução de impostos federais e também a diminuição da concentração de poder de decisão em Brasília. Honestamente, usando o modelo de administração americano como exemplo bem dado, pois foi ele o inspirador de nossa chegada à República, ainda diz que o Congresso poderia abrir mão de suas atribuições desmedidas, inadequadas à natureza política do federalismo descentralizador.

Conforme noticiado pelo Jornal do Brasil, na edição de sábado passado, 23 de fevereiro, o Governador, notável ex-presidente da Assembléia Legislativa e ex-Senador da República, declarou:
- O que está acontecendo no Brasil é que a concentração de decisão no plano nacional é muito grande. O Congresso brasileiro, a meu ver, tinha de abrir mão de metade das suas atribuições e passar para as assembléias e câmaras municipais. Os Estados Unidos deram certo por isso, e o Brasil é muito centralizador. No caso da reforma tributária, em tese, sou favorável a toda reforma que vá beneficiar o contribuinte. No caso da União, há muitos impostos. É interessante a idéia da diminuição do número de impostos federais.
Em que pese o fato do Governador defender sua autonomia, assim como muitos outros governadores em Pindorama, nenhum deles critica abertamente a infame partilha das rendas entre a União e as unidades federativas, o crescente inchaço do Governo central, com mais de trinta ministérios, coletando mais de 70% da arrecadação tributária nacional. Certamente, ao fazê-lo, estariam traindo seus companheiros de partido, aboletados nos confortáveis comandos do Brasil centralizado.

PS: Diante da mudez gélica do público e dos que mandam em Brasília, o Governador resolveu trilhar pelos desvios do que ele chama de "Parceria", secundado pelo prefeito carioca Eduardo Paes. Na realidade, curvaram-se, pediram desculpas pelas críticas ríspidas e associaram-se ao clube da hegemonia eleitoral à custa do Contribuinte.

Rio, Dia dos Reis, 6 de Janeiro de 2011

"Só o bem neste mundo é durável, e o bem, politicamente, é todo justiça e liberdade, formas soberanas da autoridade e do direito... " (Ruy Barbosa)