domingo, 28 de março de 2010

Um PAC com a Dilma

Ativista político no Twitter o  produtor rural @joseribamarmhot gentilmente nos envia um Repente de respeito. "Um PAC com a Dilma", criado por Miguelzim de Princesa, um craque repentista do Cariri.


Quando vi Dilma Rousseff sair na televisão,
com o rosto renovado após uma operação,
senti que o poder transforma: avestruz vira pavão.

II

De repente ela virou
namorada do Brasil:
os políticos, quando a veem,
começam a soltar psiu
pensando em 2010
e em bilhões que ela pariu.

III

A mulher que era emburrada
anda agora sorridente,
acenando para o povo,
alegre, mostrando o dente.
E os baba-ovos gritando:
“É Dilma pra presidente!”

IV

Mas eu sei que o olho grande
está mesmo é nos bilhões
que Lula botou no PAC,
pensando nas eleições,
e mandou Dilma gastar
sobretudo nos grotões.

V

Senadores garanhões
sedutores de donzelas
e deputados gulosos
caçadores de gazelas
enjoaram das modelos:
só querem casar com ela.

VI

Também quero uma lasquinha,
um pedaço de poder,
quero olhar nos olhos dela
e, ternamente, dizer
que mais bonita que ela
mulher nenhuma há de ser.

VII

Eu já vi um deputado
dizendo no Cariri
que Dilma é linda e charmosa,
igual não existe aqui,
e é capaz de ser mais bela
que a Angelina Jolie.

VIII

Diz que pisa devagar,
que tem jeito angelical
nunca gritou com ninguém
nem fez assédio moral,
nem correu atrás de gente
com um pedaço de pau…

IX

Dilma superpoderosa:
8 bilhões pra gastar
do jeito que ela quiser,
da forma que ela mandar!
(Sem contar com o milhão
do cofre do Adhemar).

X

Estou com ela e não abro:
viro abridor de cancela,
topo matar jararaca,
apago fogo em goela
para no ano vindouro…
fazer…um PAC com ela.

Milicia venezuelana como projeto piloto

As fotografias aqui postadas nos direcionam para o terror rural da Venezuela. Elas nos demonstram o caminho dos movimentos "sociais" inocentes formado por pessoas despossuídas. Resta-nos imaginar o que mais falta -- além de que alguns são, sim, pessoas muito pobres  mas nunca grande parte ou  a maioria --  além do da falsa miséria que é anunciada. O MST ainda não mostra a que de fato veio embora o DominioFeminino não se canse de alertar.





















Vamos Aguardar para ver? Dilma Rousseff certamente tem a incumbência de implantar o projeto da milicia revolucionária bolivariana concebida no Foro de São Paulo, por Lula e Castro, seguidos de Chávez e por todos os ditadores na América Latina e Central, mas nunca sem o conhecimento e necessário apoio de Barack Obama. A vitória de Barack Obama foi a vitória da revolução marxista bolivariana em processo de finalização.

A milicia chavista foi na frente para não chamar muita atenção para o Brasil. Lula desperadamente tem necessidade de aparecer como um democrata aos olhos cegos e comunistas do mundo. A última coisa que será feita será exatamente mostrar armado o MST e  cogêneres. O projeto piloto está pronto. Possivelmente ainda não seja sob a batuta de Dilma, se for eleita, poderá ela esperar pela volta do comandante Lula.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Muita merda para um só Brasil



Faz todo sentido do mundo que DaMatta tenha no dia dia hoje, em sua coluna, no jornal  O GLOBO, escrito esta maravilha. Tanto que consta do clipping do Governo - que certamente usará como modelo para um projeto dos mais brilhantes até hoje não concebido, ou o usará contra o próprio DaMatta quando o sistema de Stálin estiver bumbando (rufando os bumbos).

Lula sempre demonstrou encantamento pela emerdação do povo e do país. Na recente inauguração de algumas casas pingadas, em São Luiz-MA, ele prometeu tirar os maranhenses da merda. Como se sabe que o homem come mentira com farinha e cachaça, está confirmado o que ele pretende mesmo é começar a forçar o povo brasileiro a fabricar merda em larga escala, em escala industrial. Do contrário, todas as casas inauguradas contariam com um sistema de rede de esgoto - com tratamento - e não o sistema de fossa.

Uma fábula do reino de Jambon

Com devida vênia a Lima Barreto e François Rabelais.

Um alquimista descobriu como transformar merda em metais preciosos. Com isso, os habitantes de Jambon começaram a obrar ouro por fezes. Cada qual recolhia suas porcarias e comprava escravos, gado, automóveis de luxo, plantava cana e comia pernis regados a vinhos de boa cepa.

A enorme obradeira virou imponente riqueza e globalizou-se. Pesquisas realizadas pelo Center for Shit Research da Universidade de Harvard e pelo Bureau de la Recherche de la Merde da Sorbonne constataram que enquanto um bem alimentado miliardário americano ou um inteligentíssimo filósofo francês produziam um pobre cocô, qualquer cidadão (mas sobretudo os nobres e os políticos) de Jambon produzia um excremento de incomparável teor de riqueza. Para desconsolo de uma elite que sempre achou o nacional inferior, descobriu-se que não havia no mundo nenhuma excremento superior ao de Janbom.

A perspectiva de uma riqueza para todos — afinal, defecar é universal — promoveu, porém, controvérsia.

Foi interpretada como uma “paradoxal contradição que liquidava a desigualdade”. Deste modo, os entendidos em merda realizam um plebiscito que estatizou a bosta. Ela foi centralizada numa grande estatal que controlava as ambições dos empresários e cuidava da porcaria dos pobres, impedindo-os de desperdiçar suas cagadas que, reunidas num fundo, eram distribuídas para todos como parte de um grande tesouro nacional. Com isso, o governo reiterava seu compromisso com a salvação pátria e com a promoção do altruísmo. A borra, diziam, era coisa muito séria para ser explorada pela iniciativa privada.

Um acirrado debate desembocou na campanha, “a merda é nossa!” e o excremento, finalmente politizado, valorizado e devidamente indexado e quantificado, passou a ser o grande tema nacional.

Criou-se o programa “Merda-nostra” e um superdisputado Ministério da Merda, governado por um irmão do próprio rei de Janbom, pois um cargo de tal responsabilidade só poderia ser ocupado por “alguém de confiança!” Institucionaliza-se o lema pátrio: “Cagar é a melhor política.” Nacionaliza-se a bosta e, em seguida, o Comitê dos Sábios Nacionais separa por decreto o cagar do defecar. O primeiro era obra dos destituídos, o segundo seria uma exclusividade da classes superiores, dos que têm biografia e dos membros do partido, cujas fezes eram trocadas por títulos do Tesouro e, depois, cambiadas por ouro na Bolsa da Merda que, a essas alturas, apostava num extraordinário mercado futuro que iria redimir o país de todas as suas mazelas.

Um amplo esquema de corrupção fecal, entretanto, insinuou-se nos intestinos do governo. Ele sustentava um clube de corruptos merdosos que enriquecia cada vez mais os administradores do excremento que, junto dos seus compadres, amigos e parentes, lucravam com a centralização da bosta nacional. Esse nepotismo de bosta jamais cessou mesmo quando um novo governo implementava novos marcos exploratórios e critérios para a divisão das quotas do cocô entre os diversos ducados. Mas, apesar de medidas distributivas, a merda continuava concentrada, como demonstrou empiricamente, por meio do “índice da kaca”, um professor catedrático especializado em bosta da Universidade de Stanford, Veio então a “Crise da Bosta”, quando outras nações conseguiram produzir industrialmente a imundície.

Dilacerado por coalizões intestinas, Jambon assiste à falência do seu Estado que, àquelas alturas, já havia transformado todos os seus habitantes em clientes do bosta-governo.

Usando dos seus tradicionais laços fisiológicos, os políticos aumentavam privada e legalmente o valor das cagadas. Uma hiperinflação excremental atinge o país, fazendo aquela economia de merda entrar na fossa. Muda-se o regime, congelam-se os preços das cagadas e os estoques de titica nacional.

Jambon chega ao fundo da latrina. Gradual e lentamente, os cidadãos comuns, cognominados de “cagões”, começaram a controlar a fedentina, retomando o usual, mas legalmente proibido hábito de puxar a descarga. Chegou-se à conclusão de que era preciso limitar e punir a produção de merda e obrar mais responsavelmente.

PS: Estou informado que esta continua sendo a grande discussão do Reino de Jambon. Enquanto isso, as pessoas vão levando suas vidas, comendo e descomendo o pão amargo de cada dia. Vez por outra tomam o choque de saber que crianças não têm escola porque o governo continua preocupado com o tamanho das latrinas, os empresários querem vender mais caro o papel higiênico e o povo, bem, o povo continua com uma insuportável dor de barriga.

Nota Final: Essa história me foi contada pelo Sebastião Azambuja (o Sabá) debaixo do testemunho do Emmanuel Plumbio Dias e eles não tem nada a ver com essa versão que — obviamente — não guarda nenhuma semelhança com países, fatos e pessoas vivas ou mortas, sendo inteiramente ficcional e fantasiosa.
ROBERTO DaMATTA
O Globo - 03/03/2010