O povo brasileiro alcançou um bom nível de status social e com isso vêm os problemas de superpopulação do centros urbanos. O brasileiro conceituou que ter status social é morar nos bairros eleitos pelo mercado imobiliário. Quem dita o morar bem, é o mercado imobiliário com os seus novos lançamentos que, sempre, classificam como de luxo.
As pessoas deixam de adquirir belos imóveis antigos de excelente construção, estruturas sólidas e belas fachadas apenas para habitar imóveis modernos e, em geral, de baixíssima qualidade porque o endereço do CEP não é de Zona de luxo.
Esse extrato social mais abastado, que viaja pela Europa e USA, nunca se deu conta de que, seja na França ou na Itália, em Nova York ou ainda na Inglaterra, construções antigas enganam à primeira vista, parecendo velhas e maltratadas. Construções que ninguém quer morar, principalmente aqueles que têm posses financeiras e ou econômicas.
Engano total. Essas casas e construções de aparente velhas edificações, são reformados internamente e lá habitam pessoas de grande requinte, quase maioria.
São Luis do Maranhão possui um centro histórico riquíssimo em construções pouco desejadas por pessoas de poder financeiro e econômico, por serem consideradas coisas velhas. Essas pessoas constroem mondrongos arquitetônicos por pura exibição e, falta de requinte, idem para o riquíssimo centro histórico de Recife.
Todas as capitais, cidades e municípios menores ostentam exuberante conjunto de construções de valor arquitetônico desprezado por novas gerações e novos ricos.
Por outro lado, pessoas com espaços desperdiçados não sabem como aproveitá-los adequadamente e passam a vida circulando pela sala de visitas, de jantar cozinha, banheiros e os filhos se enfurnam nos quartos. A família raramente possui um espaço para se encontrar e conviver o dia-a-dia.
O problema destas pessoas é que não querem deixar o CEP que designa status social e se mudar para bairros menos badalados. O problema delas é a preocupação com a escalada social e, mudar-se para um bairro com menor IPTU e mais distante, para elas, isso significa perda de status. "Meus amigos vão pensar que estou na lona financeira". É assim que a vaidade bronca se revela.
O mesmo fenômeno ocorre no Município do Rio de Janeiro, onde os bairros nascidos muito tempo após o Império se sagraram as mecas do morar bem. Ocorre que esses bairros estão saturados e atraem a violência pelo poder econômico dos seus habitantes. Logo, a qualidade de vida é pura imaginação.
Os belos bairros do tempo do Império ostentam soberbas construções de preciosos valor arquitetônico que estão se desfazendo no abandono e no desinteresse de quem compra imóveis.
Porém, a coisa tende a mudar com a superpopulação dos atuais bairros nobres e o carioca vai enxergar outros endereços como os das Vargens Grande e Pequena, Jacarepaguá, São Cristóvão e Grajaú, e muitos deles já fora o endereço de ouro do Império.
Deixe o apartamento e experimente os ares da liberdade de viver no chão.
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