segunda-feira, 1 de abril de 2013

A indústria da morte

Título forte, polêmico? Não, caro leitor. É a expressão concreta do sentimento de milhões de brasileiros diante de recente proposta feita pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para a liberação do aborto até a 12ª semana de gestação.
Montagem adaptada ao tema do aborto, assassinato em massa.
O presidente do CFM, Roberto D’Ávila Conselho Federal de Medicina nem mais se recorda do Juramento prestado. Um homem de 'visão' abortista, pensa apenas no faturamento das clínicias de aborto, no faturamento de sua própria conta bancária ao estimular assassinatos em massa de embriões e fetos. Que diferença dele para Nero ou Hitler ?


O presidente do CFM, Roberto D’Ávila, na defesa de uma decisão que está em rota de colisão com a ética médica, esgrime argumentos que não param em pé. “Vivemos em um Estado laico. Seria ótimo que as decisões fossem adotadas de acordo com o que a sociedade quer e não com o que alguns grupos permitem.” A estratégia de empurrar os defensores da vida para o córner do fundamentalismo religioso já não cola.

Um embrião e um feto (e querem promover o aborto no terceiro mês da gravidez) são também uma pessoa, tanto do ponto de vista científico como filosófico. É falsa a afirmação de que o feto faz parte do corpo da mãe, e de que a mãe pode abortar por ter direito sobre o seu próprio corpo.

Na verdade, a mãe é a hospedeira, protetora e nutriz de um novo ser diferente dela, um outro indivíduo. Biologicamente, o ser que está aconchegado dentro da mãe é idêntico ao que estará sentado no seu colo com três meses ou à mesa com ela quando tiver 15, 20 ou 50 anos de idade.

O embrião é distinto de qualquer célula do pai ou da mãe; em sua estrutura genética, é “humano”, não um simples amontoado de células caóticas; e é um organismo completo, ainda que imaturo, que — se for protegido maternalmente de doenças e violência — se desenvolverá até o estágio maduro de um ser humano.

Quanto às decisões apoiadas em suposto “consenso por interesse”, é útil recordar que fruto dele foi a legislação que, durante séculos, definiu que uma raça ou um povo são legalmente infra-humanos e que, portanto, podem ser espoliados de direitos e tratados como “coisas”, também para benéficas experiências científicas: é o caso do apartheid dos negros na África do Sul e dos judeus aviltados e trucidados pela soberania “democrática” nazista.

O brasileiro é contra o aborto. Não se trata apenas de uma opinião, mas de um fato medido em sucessivas pesquisas de opinião. O CFM, representando uma minoria, está promovendo uma ação nitidamente antidemocrática.

Não obstante a força do marketing emocional que apoia as campanhas pró-aborto, é preocupante o veneno antidemocrático que está no fundo dos slogans abortistas. Não se compreende de que modo obteremos uma sociedade mais justa e digna para seres humanos (os adultos) por meio da morte de outros (as crianças não nascidas).

Não sei como o CFM consegue articular sua proposta pró-aborto com o juramento hipocrático. A posição da atual diretoria do Conselho, tal como amplamente veiculada, não parece condizer com o compromisso sobre o qual todos os médicos algum dia juraram. Não creio que o Conselho represente o pensamento daqueles que, um dia, prometeram se empenhar na defesa da vida.



Carlos Alberto Di Franco, diretor do Departamento de Comunicação do Instituto Internacional de Ciência Sociais – IICS (www.iics.edu.br) e doutor em Comunicação pela Universidade de Navarra, é diretor da Di Franco – Consultoria em Estratégia de Mídia (www.consultoradifranco.com). E-mail: difranco@iics.org.br


Arigo publicado no Jornal O Globo, nesta data.


 


 

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